Carta da PJMP contra o golpe

 

Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB
Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude – CEPJ
Pastoral da Juventude do Meio Popular – PJMP
Comissão Nacional

 

“A política partidária é outra coisa
Que não pode ser deixada de lado
Nós precisamos mudar esse sistema
Que faz o pobre viver sempre massacrado
É a juventude do Meio Popular.”
(Estrofe do Hino da PJMP)

Em preparação para a XVI ANPJMP, a Comissão Nacional da PJMP, em defesa da vida da Juventude brasileira, se posiciona diante da conjuntura social e política apresentada hoje no Brasil, denunciando o Golpismo que tenta ser instalado por uma minoria que governa única e exclusivamente por interesses pessoais.

Vislumbramos que atualmente nosso país passa por uma crise ética e moral na política, é um momento difícil e delicado para a democracia Brasileira: a pauta do nosso congresso federal tem atacado diretamente os direitos dos trabalhadores, os direitos das juventudes, os direitos das comunidades LGBTs, direitos das mulheres, direitos dos indígenas, etc... direitos esses que foram conquistados ao longo do tempo, o que prova que temos hoje o congresso mais conservador da história do Brasil desde a ditadura militar.

Na noite do dia 02 de dezembro de 2015 todo o Brasil foi surpreendido com a decisão do presidente da Câmara dos Deputados Federais, o Deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) que aceitou abrir o processo de impeachment contra a Presidenta Dilma Rousseff, logo depois que os Deputados Federais do Partido dos Trabalhadores (PT) decidiram votar a favor da abertura do processo contra Cunha, dando um fim na “chantagem” que Cunha estava fazendo junto à base aliada do governo.

Sabemos que o Deputado Eduardo Cunha foi denunciado pelo Procurador Geral da República ao Supremo Tribunal Federal (STF) e enfrenta uma série de acusações relacionadas ao esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato, O STF abriu inquéritos para investigar o presidente da Câmara, dados enviados pela Suíça à Procuradoria Geral da República (PGR) comprovam que o peemedebista tem contas bancárias secretas no país europeu, a suspeita é de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobrás.

Esses fatos são suficientes para que ocorra um afastamento do Presidente da Câmara dos Deputados Federais de suas atividades parlamentares, mas o mesmo não foi afastado até hoje devido a uma série de manobras e manipulações políticas para se perpetuar no poder. Tudo isso comprova que o Deputado não tem o mínimo de condições éticas e morais para levar a frente um processo sério que necessita de uma série de reflexões e diálogos junto a sociedade.

Diante dessa atual conjuntura, a grande mídia tem se aproveitado para manipular e distorcer a real situação política e econômica Brasileira. Fica claro que a mídia tem um lado, o lado da burguesia e da elite Brasileira que, por sua vez, está vinculada à extrema direita de nosso país que, juntos, estão empurrando “goela abaixo” nos Brasileiros os processos antidemocráticos, autoritários, retrógrados, reacionários e inconstitucionais.

Em vista de todos esses fatos acima citados e por entendermos que o impedimento de um presidente da República ameaça ditames democráticos, conquistados a duras penas, a Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP) vem por meio dessa nota defender a democracia, a Permanência da Presidenta Dilma Rousseff, pelo fato de a mesma não ter nenhum caso de corrupção comprovado em sua vida Pública. E orientamos aos jovens de todo o Brasil que fomentem em seus grupos, comunidades, escolas, etc... espaços de debates sobre a atual conjuntura política de nosso país, baseando-se nas mídias alternativas e não reproduzindo o que está sendo mostrado nas mídias convencionais.

Apresentamos ainda um trecho da Nota Sobre o Momento Nacional escrita pela CNBB no dia 08 de dezembro de 2015: “Nenhuma decisão seja tomada sob o impulso da paixão política ou ideológica. Os direitos democráticos e, sobretudo, a defesa do bem comum do povo brasileiro devem estar acima de interesses particulares de partidos ou de quaisquer outras corporações. É urgente resgatar a ética na política e a paz social, através do combate à corrupção, com rigor e imparcialidade, de acordo com os ditames da lei e as exigências da justiça.”