Encontros

1º Encontro:

 Aconteceu em julho de 1979, em Olinda - PE, como um encontro de animadores jovens e adultos do meio popular. Teve a representação de 19 dioceses do país, de Santa Catarina ao Maranhão. Conforme o relatório deste encontro, o seu resultado principal foi a definição das seguintes prioridades: a) Criação de uma coordenação pastoral organizada e assumida pelos próprios jovens (esta prioridade era importante porque no modelo de pastoral de juventude existente naquele período, a coordenação era dos adultos. O chamado protagonismo juvenil era quase nada); b) Uma pastoral de Juventude que leve em conta o meio social; c) Uma pastoral de Juventude que utilize uma pedagogia libertadora (observa-se, em todas estas definições, uma profunda sintonia com as proposições e recomendações de Puebla citadas anteriormente).

 Vale lembrar algumas pessoas que participaram deste encontro: Domingos Corcione, Dom José Rodrigues (Bispo de Juazeiro da Bahia), Dom Marcelo Carvalheira (Bispo responsável pelo setor juventude da CNBB-Nordeste II).

 

2.º Encontro:

 Aconteceu em São Paulo, em julho de 1980. No primeiro encontro foi aberto um debate em que apareciam duas propostas para a nascente organização dos jovens do meio popular. Uma que defendia a organização de um movimento e outra que defendia a organização de uma pastoral. A proposta de formação de um movimento não era consenso. Os que se colocavam contra argumentavam que não era necessária a formação de um movimento para garantir a consciência de classe dos jovens do meio popular e o seu engajamento nas lutas populares. Neste encontro o debate foi aprofundado e houve a definição pelo caráter de pastoral. Foi também escolhida uma comissão para articular o terceiro encontro nacional. Daí em diante afirma-se a definição clara por uma PJMP com as seguintes características:

  • Formada exclusivamente pelos jovens das classes populares;
  • Uma pastoral que ajuda os jovens pobres a se reconhecerem como membros da classe explorada e como força importante na caminhada do povo de Deus pela libertação;
  • Uma pastoral que favorece a atuação dos jovens do meio popular nos bairros, nas escolas e nos locais de trabalho.

 (Conforme Relatório da Reunião da Comissão de Articulação Nacional da PJMP – Belo Horizonte, 24 e 25 de outubro de 1981)

 

3.º Encontro:

 No período transcorrido entre o segundo encontro e este terceiro houve vários problemas. Os participantes da comissão encarregada de organizá-lo perderam o contato. Na data prevista (julho de 1981) ocorreu apenas uma reunião da comissão em Vitória (ES), que tratou de organizar o terceiro encontro, o qual finalmente ocorreu em 23 a 25 de julho de 1982 em Juazeiro (BA) com o tema: “PJMP: o que somos? O que fazemos? O que queremos?”. O relatório deste encontro destaca como avanços da caminhada: as coordenações compostas sempre por jovens do meio popular; a preocupação com a distinção dos meios em todos os regionais; o engajamento nas lutas populares e partidos políticos; a preocupação com os valores humanos; a ligação fé-vida; a abertura dos grupos para a comunidade e a integração dos jovens que não são do meio popular nas lutas. Foi destacada também a necessidade de se valorizar mais aspectos da vida dos jovens como sexo, namoro, amizade; de mudar a prática assistencialista ainda presente em muitos grupos e de buscar uma metodologia libertadora. Neste terceiro encontro foi dissolvida a comissão nacional existente e escolhida uma secretaria nacional formada por um representante de cada regional da CNBB onde a PJMP estava articulada. A função desta secretaria era fazer circular encaminhar o 4º encontro e uma reunião nacional ampliada em 1983, facilitar a troca de experiência entre os regionais onde a PJMP existia. Sobre a assessoria este encontro definiu que a PJMP teria um assessor fixo escolhido pela secretaria nacional na sua primeira reunião ocorrida logo após o encontro.

 

4º Encontro:

 Novamente houve problemas na articulação nacional no período entre 1983 e 1984.

 Em julho de 1984, ao final do 5º encontro nacional da Pastoral da Juventude (PJ), os integrantes da PJMP de regionais que continuavam vivendo a experiência se reuniram por mais dois dias. Esta reunião, que marcou a retomada da articulação nacional, foi considerada o 4º encontro nacional. Nela foi escolhida uma pessoa de referência nacional (Luciano de Minas Gerais) e marcou-se um encontro para 7 e 8 de dezembro de 1985 com o objetivo de ver os novos rumos da PJMP em nível nacional.

 

5º Encontro:

 Aconteceu, conforme previsto nos dias 07 e 08 de dezembro de 1985. Estavam presentes 07 regionais: Extremo-Oeste, Sul, Leste 2, Sul 4 (Santa Catarina) e Nordeste I, II e III. Neste encontro, o que unia as pessoas era fundamentalmente o desejo de articular as experiências pastorais dos jovens empobrecidos. Foi um momento de por os pés no chão e ver qual a realidade concreta da PJMP em nível nacional: as dificuldades, os desafios, as diferentes formas de conceber a proposta e os passos a serem dados para garantir a continuidade da articulação. As decisões deste encontro foram as seguintes: Formação de uma Comissão Nacional provisória, escolhida no próprio encontro (1 jovem do nordeste – Jairo Humberto; 1 jovem do sul IV – Toninho; 1 jovem do leste – Luciano; 1 jovem do Extremo-Oeste – Mariano e 1 assessor – Pe. Antônio Maria Guerin.)

 Esta comissão deveria encaminhar uma consulta aos Regionais e pastorais afins sobre a realização de um encontro nacional com o objetivo de articular as experiências que têm uma proposta de pastoral de juventude da classe oprimida. Foi escolhido um secretário nacional (Jairo Humberto, do Nordeste II) para ser o ponto de referência e troca de comunicações e para encaminhar a elaboração de um subsídio com a História da PJMP. Este subsídio sobre a história foi uma tarefa assumida pelos regionais do nordeste.

 A comissão nacional provisória encaminhou a consulta aos regionais sobre o encontro nacional e a sua realização com a participação dos regionais, os quais, no processo de preparação do encontro fizeram um minucioso trabalho de resgate histórico da caminhada da PJMP. O texto sobre a história da PJMP que resultou deste esforço, sistematizado inicialmente por Jairo Humberto e que após o 6º encontro nacional recebeu contribuições de Íris Maria de Oliveira (também do Nordeste II e que foi a secretária nacional da PJMP no período 1986-1988), ainda está por ser publicado.

 

6º Encontro e alguns desdobramentos da organização nacional a partir das suas deliberações:

 Aconteceu no período de 11 a 18 de dezembro de 1987. Pensando nos quase 10 anos da PJMP, Jairo Humberto afirmou: “foi um longo período de muitos esforços no sentido de compreender a proposta, definir os passos aprender a caminhar e se afirmar como pastoral". Podemos afirmar que este encontro significou o ponto de chegada de uma caminhada de quase 10 anos e um ponto de partida, porque ele foi um marco de referência na caminhada pela importante contribuição que conseguiu dar.

 O produto deste encontro foi um documento cujo título é: "PJMP: Semente do novo na luta do povo". Na sua apresentação, Dom Sinésio Bohn, Bispo responsável pelo setor Juventude da CNBB na época da publicação do documento (1988) ressalta: “o presente texto, aprovado em Encontro Nacional, com delegados de todo Brasil, responde às principais perguntas dos pastoralistas adultos e jovens, desejosos de tornar realidade a opção preferencial da Igreja pelos pobres. É a experiência da Igreja de rosto popular e jovem. É, portanto, um guia prático da PJMP. É a prática da PJMP traduzida em diretriz”. Neste documento final do encontro se encontram as definições sobre os principais temas/problemas da vida da PJMP que foram discutidos: identidade, metodologia no processo de iniciação e militância, formação, organização e espiritualidade.

 Do 6.º encontro participaram os jovens dos blocos nordeste, oeste, leste e sul. Na época, os regionais Sul 1, Sul 2 e Sul 3 estavam se integrando à caminhada nacional.

 A organização nacional foi assim definida: uma comissão nacional formada por um representante jovem de cada bloco e um assessor nacional. De acordo com as necessidades a comissão deve realizar reuniões ampliadas, afirma o documento. Esta comissão teria a função de:

  • Articular as experiências da PJMP no Brasil;
  • Encaminhar o Encontro Nacional;
  • Fazer a articulação com outras pastorais;
  • Contribuir na articulação dos blocos desarticulados;
  • Ser uma referência nacional da PJMP;
  • Encaminhar subsídios que retratem a caminhada da PJMP para os regionais;
  • Organizar cursos de formação para assessores e militantes da PJMP em nível nacional;
  • Organizar uma secretaria nacional com as seguintes funções: ser ponto de referência nacional; cuidar do arquivo da caminhada nacional; fazer circular material dos blocos e regionais.

 Este encontro também elegeu o assessor nacional, que foi o Pe. Zé Teixeira, do Nordeste I, Fortaleza-CE. Durante todo o ano de 1987 e até agosto de 1988 a caminhada nacional continuou, por deliberação do encontro, sob a responsabilidade da Comissão Nacional Provisória escolhida no encontro anterior com algumas mudanças nos representantes de alguns blocos. Os membros da nova CNPJMP, assim como os assessores que vieram a constituir a primeira Comissão Nacional de Assessores da PJMP, foram escolhidos em encontros de bloco ocorridos durante esse período. A primeira reunião da nova CNPJMP ocorreu em agosto de 1988 no Rio de Janeiro, por ocasião do 1º Curso Nacional para Militantes. Ela teve a seguinte composição: Henrique (CE), pelo bloco Nordeste; Zezinho (Cuiabá) pelo bloco Oeste; Marta (Paraná) pelo bloco Sul e Zé Heleno (Minas Gerais) pelo bloco Leste.

 A secretaria nacional, cuja escolha era da responsabilidade da Comissão Nacional, ficou com Iris Maria de Oliveira, de Natal RN, na época representante do bloco nordeste na Comissão Nacional Provisória que organizou o 6º Encontro Nacional e que já vinha assumindo esta tarefa desde 1985, tendo contribuído na articulação e todo o processo preparatório do 6º Encontro, em substituição a Jairo Humberto que havia renunciado. Em janeiro de 1989 a secretaria nacional passou a ser assumida por Regina de Divinópolis (MG).

 

7º Encontro:

 Aconteceu no período de 09 a 13 de janeiro de 1990 em Salvador (BA). Com o tema “militância e eclesialidade na PJMP” a partir do qual a PJMP buscou refletir a eclesialidade dos militantes da PJMP, a conjuntura eclesial, a importância da nossa contribuição na vida da Igreja e o relacionamento com as Ceb’s. Assim, ele teve como objetivo discutir a relação entre militância e eclesialidade na PJMP, analisando os desafios e conflitos existentes a fim de contribuir para um melhor entendimento da nossa identidade eclesial e para a construção de uma Igreja cada vez mais fiel à mensagem libertadora de Jesus Cristo. O encontro foi antecedido por uma ampla discussão nos regionais sobre a temática. Em termos da organização nacional ele também deliberou sobre a assessoria nacional, a nova comissão nacional, o funcionamento da secretaria nacional. A secretaria nacional foi assumida até então por Marta Vitória Gorski (Paraná) e em seguida por Joseildo Trajano dos Santos de Garanhuns (PE).

 

8º Encontro (Assembléia):

 A partir deste encontro, adota-se a denominação de “assembléia” para os eventos nacionais destinados às principais deliberações da caminhada. Ele aconteceu no período de 16 a 20 de fevereiro de 1992 e teve como tema “Elementos novos para uma prática libertadora da PJMP”. Esta assembléia buscou atualizar e ampliar as definições do 6º Encontro Nacional, mais precisamente daquilo que havia sido definido no documento ”PJMP: semente do novo na luta do povo”. A assembléia foi antecedida por um amplo processo de preparação nos regionais com base em um instrumento de trabalho que trazia o debate em torno de questões como: identidade, objetivos, forma de organização nacional, sustentação financeira. Uma das mudanças na organização nacional efetuada por esta assembléia foi a definição da nova forma de composição da comissão nacional, com 1 jovem por regional e não mais 1 representante de cada bloco, como era até então. (Falta ver o subsídio que tem uma flor na capa – Murilo)

 

9ª Assembléia Nacional:

 Aconteceu no período de 16 a 22 de janeiro de 1994 em Porto Alegre (RS). Foi uma assembléia que aprofundou temas como cultura, rosto, mística, missão e militância e deliberou sobre a composição das comissões de assessores e jovens, assim como elegeu a pessoa responsável pela secretaria nacional. Também foi realizada uma avaliação da caminhada nacional e foram discutidas questões relativas a organização nacional como: a criação de um “Centro Nacional da PJMP”. Esta assembléia promoveu uma mudança substancial na composição da assessoria nacional. Ela definiu que a partir de então não mais existiria a figura do assessor nacional nem uma equipe de assessores com representantes dos blocos, mas, uma equipe de assessoria composta por 3 pessoas. Esta equipe distribuiria as tarefas entre si. Os critérios para escolha dos assessores foram: priorizar a PJMP; ter visão da caminhada nacional e ter alguma capacitação no campo social, econômico eclesial e teológico. Foram escolhidos os seguintes assessores: Pe. Antônio Murilo de Paiva, de Natal – RN; Pe. Alberto Panichella de São Paulo e Givaldo Vieira da Silva do Espírito Santo. Como secretário nacional foi escolhido o jovem Régis Boeira da Silva de Porto Alegre (RS). Até então a secretaria nacional vinha sendo assumida por Cleonice de Oliveira de Londrina.

 

10ª Assembléia Nacional:

 Aconteceu no período 07 a 12 de janeiro de 1996 em Fortaleza – CE e teve como tema: PJMP: presença no mundo e na Igreja. O objetivo foi intensificar o processo avaliativo em todas as instâncias da PJMP, a partir da nossa realidade, aprofundando as transformações sócio-políticas e econômico-culturais, buscando pistas de ação para fortalecer a caminhada. Foram definidos os seguintes temas prioritários para os anos seguintes: identidade, formação e novos espaços de atuação e a definição de um projeto de auto-sustentação financeira que deveria funcionar da seguinte forma:

  • Contribuição de R$ 30,00 por mês de cada regional, até 50 grupos com o repasse a cada três meses;
  • Organizar anualmente uma rifa em nível nacional;
  • Encaminhar projetos a entidades de cooperação internacional;
  • Criação de uma entidade jurídica para oferecer suporte institucional e financeiro – a CN e CNA ficaram com a responsabilidade de encaminhar a criação da referida entidade.

 Foi deliberado também que o secretário/a nacional receberia dois salários mínimos e teria carteira assinada. Foi eleita Ana Rita de Goiânia para a secretaria nacional. Para assessoria nacional a assembléia propôs uma comissão composta por 5 pessoas para um mandato de três anos. Foram eleitas as seguintes: Pe. Antônio Murilo (Natal-RN); Zé Adair (RS); Gisela (CE); Pe. Tadeu (PE) e Ir. Nilva (PR). Manteve a composição da comissão nacional com representantes por regional, sendo que o tempo de mandato de cada membro passou a ficar a critério de cada regional, desde que garantido o tempo mínimo de 2 anos.

 

11ª Assembléia Nacional:

 Aconteceu no período de 21 a 24 de janeiro de 1999, em São José, Santa Catarina, 3 dias após o encerramento do congresso de 20 anos da PJMP ocorrido em João Pessoa (PB). Foi uma assembléia destinada a analisar os problemas fundamentais da caminhada da PJMP naquele momento. Com relação a organização nacional, as principais questões discutidas foram o projeto financeiro, a assessoria e secretaria nacional. Sobre o projeto financeiro, tomou-se a decisão de produzir o 1º Compact Disc (CD) da PJMP. O lucro da venda deste CD seria destinado a sustentar a articulação nacional. Sobre assessoria nacional, após muita discussão sobre qual o melhor formato da equipe de assessoria, já que as experiências anteriores não estavam funcionando bem, optou-se por uma comissão de assessores aberta, sem definição prévia da quantidade de assessores e sem amarrar em representação por regional. A assembléia levantaria nomes livremente e indicaria para votação. Os mais votados comporiam a comissão de assessores. O resultado foi uma comissão composta por 14 pessoas. Quanto a secretaria nacional a assembléia manteve o formato anterior, sendo eleita Antônia Valdeneide de Iguatu – CE. Contudo, em 2001 ela renunciou e a secretaria nacional foi assumida por Maria Cristina Corral de São Paulo com a colaboração de Lisa (Paraná).

 

12ª Assembléia Nacional:

 Ocorreu no período de 23 a 27 de janeiro de 2002 em Campinas (SP), com o tema “Missão, cultura e protagonismo dos jovens do meio popular”. O objetivo desta assembléia foi promover o debate sobre missão e cultura juvenil, deixando-se iluminar pela mensagem de vida de Jesus, para continuar a ação transformadora no meio popular; formular estratégias para a intervenção dos jovens do meio popular no âmbito da cultura, na perspectiva do protagonismo juvenil, da luta pela cidadania cultural da juventude empobrecida; compreender o significado da missão junto aos jovens do meio popular; intensificar o debate na PJMP em torno da luta pela cidadania cultural.

 Esta assembléia também discutiu: mística e missão da PJMP e a estrutura de organização nacional quanto à secretaria e assessoria nacional. Nesta assembléia definiu-se por uma secretaria não-liberada. Quanto à assessoria, manteve-se a estrutura definida na assembléia anterior com uma comissão composta por assessores (religiosos/as, jovens e adultos leigos/as) convidados, cujos nomes foram apresentados e aprovados pela assembléia, independente de uma definição quantitativa prévia ou por regional.