Reflexão do mês de junho
Juventude tecendo redes de cuidado pela casa comum
Irmãs da Divina Vontade
Dir. Tecer redes é fazer escolhas, optar um caminho de construção em parceria. Estar em rede não está sozinho continuamente estamos juntos em relação mantendo o foco em um horizonte.
Cuidado pela casa comum é ter atenção ao universo e sua totalidade, desenvolver a cidadania, ser sensível ao meio ambiente.
Tecer em redes contribui para melhorar a capacidade de relação entre as juventudes.
Melhorar a autoestima e a participação cidadã do jovem na vida social, eclesial, de sua cidade pais e mundo.
Tecer redes é ser inserido no meio, trazer consigo uma preocupação um sonho do qual vale a pena sonhar juntos para sua concretização. É a possibilidade de construir juntos uns projetos de vida digna para si e para todos.
Texto para leitura para discussão
Construindo teias de ideias
No Brasil somos mais de 50 milhões de jovens, com nossos sonhos, lutas, sofrimentos e com muita ternura e resistência. Viver em grupos é um meio que encontramos de interagir, atualmente temos os mais diversos objetivos para vivermos em grupos, seja em torcidas de times de futebol, equipes, grupos de danças, jovens empreendedores, movimentos sociais, partidários, de mulheres, de negros, índios, de casados, de solteiros, de leigos, religiosos e etc.
O nosso grande desafio e tecer relações entre estes grupos com objetivos às vezes tão diferentes e até contrários, em um Brasil dividido entre direita e esquerda, entre opressores e oprimidos, pobres e ricos, negros e brancos, altos e baixos, magros e gordos, tudo o que é estereótipo para nos diferenciar.
Mas existem alguns organismos de juventude que vem apresentar uma opção para contrapor toda e qualquer forma de exclusão.
A palavra acolher virou clichê necessário, precisamos abrir a roda de conversa, abraçar o jovem e aceitar o seu jeito de ser, a juventude só quer ser ouvida, quer participar das decisões, estar presente nos espaços de decisão, não ser somente parte do todo, mas protagonizar, fazer a sua história.
E nesse tecer de redes entra o cuidado com a casa comum que Papa Francisco tem trazido para debate de maneira incansável, mesmo que o homem deseje destruir a nossa casa comum, as juventudes tem um compromisso muito grande de cuidar do planeta, de fazer com que a vida possa ser vivida em sua plenitude.
Atualmente percebemos que a onda de violência e extermínio de jovens só tem aumentado, mesmo com campanhas a favor da vida, a morte tem vencido e avançado em diversos casos. O governo é displicente, não temos ninguém a nosso favor, e para mudar esta realidade somente a união das mais diversas expressões de juventude, a fim de criar um ambiente saudável para os jovens viverem.
Papa Francisco ainda nos anima com o discurso “Nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos...”.
Tal discurso nos leva a contemplar e reafirmar nosso projeto de uma sociedade que possa fazer o uso correto dos bens naturais e que é nossa responsabilidade este cuidado com a casa comum.
Temos como objetivo hoje de unir as juventudes em prol do cuidado com a casa comum, a proposta de tecer redes é de suma importância, somente as juventudes nas ruas poderão ajudar para que o Brasil possa avançar, de fato as grandes mudanças partiram das organizações de juventude que sempre se propuseram a continuar sonhando com um futuro melhor.
O combate ao sistema capitalista que oprimi, humilha e mata deve ser nossa bandeira de luta permanente, de fato precisamos cuidar do planeta para que as gerações futuras também possa usufruir de uma vida digna com respeito e dignidade.
Proposta: pode-se abrir um debate a partir do texto acima, organizar divisão de grupo
Como buscar através das redes de juventude uma ação concreta voltada para melhorar as suas próprias vidas e de outros jovens de sua comunidade?
Como desenvolver junto à juventude ações que promovam a dignidade e a cultura de paz para casa comum?
A Luz da Palavra de Deus
Organizar momento orante com a palavra de Deus.
Quando Deus disse a Abraão «Sai!», o que é que lhe queria dizer? Certamente, não para fugir dos seus, nem do mundo. O seu foi um convite forte, uma provocação, a fim de que deixasse tudo e partisse para uma nova terra.
Qual é para nós hoje esta nova terra, a não ser uma sociedade mais justa e fraterna, à qual vós aspirais profundamente e que desejais construir até às periferias do mundo?
Mas hoje, infelizmente, o «Sai!» adquire inclusive um significado diferente. O da prevaricação, da injustiça e da guerra.
Muitos de vós, jovens, estão submetidos à chantagem da violência e são forçados a fugir da sua terra natal. O seu clamor sobe até Deus, como aquele de Israel, escravo da opressão do Faraó (cf. Êx 2, 23).
O Pastor da Igreja falando com a juventude
Desejo recordar-vos também as palavras que certo dia Jesus dirigiu aos discípulos, que lhe perguntavam: «Rabi, onde moras?». Ele respondeu: «Vinde e vede!» (cf. Jo 1, 38-39). Jesus dirige o seu olhar também a vós, convidando-vos a caminhar com Ele.
Caríssimo jovem encontrou este olhar? Ouvistes esta voz? Sentistes este impulso a pôr-vos a caminho?
Estou convicto de que, não obstante a confusão e o atordoamento deem a impressão de reinar no mundo, este apelo continua a ressoar no vosso espírito para o abrir à alegria completa.
Isto será possível na medida em que, através do acompanhamento de pessoas preparadas, souberdes cultivar um itinerário de discernimento para descobrir o projeto de Deus na vossa vida. Mesmo quando o vosso caminho estiver marcado pelas incertezas e pela queda, Deus rico de misericórdia estende a sua mão para vos erguer.
Na inauguração da última Jornada Mundial da Juventude, em Cracóvia, perguntei-vos várias vezes: «As coisas podem mudar?». E juntos, vós gritastes um «Sim!» retumbante. Aquele brado nasce do vosso jovem coração, que não suporta a injustiça e não pode submeter-se à cultura do descartável, nem ceder à globalização da indiferença. Escutai aquele clamor que provém do vosso íntimo! Mesmo quando sentirdes, como o profeta Jeremias, a inexperiência da vossa jovem idade, Deus encoraja-vos a ir para onde Ele vos envia: «Não deves ter [...] porque Eu estarei contigo para te libertar» (cf. Jr 1, 8).
Conclui-se com algum gesto selando o compromisso com o cuidado com o planeta.
PAI NOSSO ECOLÓGICO
PAI NOSSO QUE ESTÁS EM TODAS AS PARTES
SANTIFICADO SEJA O MEIO AMBIENTE
VENHA NÓS AO REINO DA NATUREZA
SEJA FEITO O EQULÍBRIO AMBIENTAL
ASSIM NA TERRA, COMO NA ÁGUA E NO AR
O PÃO NOSSO DE CADA DIA NOS DAÍ SEMPRE
PERDOAI NOSSAS OFENSAS À TERRA
ASSIM COMO PROMETEMOS NÃO MAIS OFENDÊ-LA
NÃO NOS DEIXEIS CAIR NA POLUIÇÃO
E LIVRAI-NOS DA DEGRADAÇÃO AMBIENTAL
Jone Braga de Moura - Jovem Militante da Pastoral da Juventude do Meio Popular.
Papa Francisco: Carta aos Jovens (Vaticano – 13 de janeiro de 2017)