SEMINÁRIO NACIONAL DE MILITANTES DA PJMP
Parnamirim, Rio Grande do Norte-RN
“Nós somos jovens, queremos fraternidade.
Queremos vida e terra pra ter o pão.
Somos sementes espalhadas pela terra.
A água viva que brota deste chão.”
(Milton Guilherme Ramos)
SEXTA - 07/07/2017
Manhã
Começamos o dia com uma mística que nos fez relembrar e refletir sobre as esperanças que movem as nossas bandeiras de lutas e nossa caminhada em todas as dimensões da vida.
Coordenação do dia: Débora e Aurislane
Assessoria: Reginha
Tema: Profecia e Bem Viver (Encantamento e Desencantamento)
Inicialmente ela pediu que as pessoas se apresentassem e falassem a quantidade de anos que cada um e cada um tem de caminhada enquanto PJMP.
Reginha começou falando sobre a situação do setor juventude no Nordeste, particularmente sobre a sua experiência no Ceará. E nos dizia a seguinte frase: Ousar ser pastoral de juventude nesse modelo de igreja é ser de resistência e ousadia.
Qual a missão da PJMP?
Militante - está presente no meio da juventude
Militante - Ser a voz da juventude
A Assessora Reginha trazia memória de que antigamente era construir homens e mulheres novos na caminhada. Tínhamos grande participação das mulheres na luta, na militância, dentre outros espaços. A gente ousa ser uma pastoral de experiência coletiva e que quer construir essa história do bem viver nesse mundo ocidental e capitalista. Para que isso aconteça se faz necessário seguir a caminhada com resistência. Os militantes vão além dos grupos de base, eles vão provar outros lugares e tem a responsabilidade de animar suas bases, eles são os mais responsáveis pelo processo de fomentar a vida pastoral.
Perguntas:
- O que é profecia para nós hoje?
- Como percebemos a profecia hoje?
- Nós somos profetas?
- A PJMP é profética?
- Vivemos a profecia?
Intervenção dos militantes:
Militante - É ter coragem de estar no meio dos jovens empobrecido e marginalizado. Quando vemos em um ponto de ônibus algum jovem pedindo ficamos com medo, portanto, profecia e ter coragem de ir até o outro e conversar e não fugir por medo. Enfim, profecia é ter coragem de seduzir os jovens.
Militante - um dos grandes desafios é fazer com quer essa juventude tecnológica venha para o nosso meio (igreja, luta...).
Militante - ser profeta é ter resistência e ir à luta sem medo.
Militante - acredito que seja fazer uma reflexão e ir para ação, potencializando o que se acredita ser correto. O que percebo é uma crise de identidade, por isso a juventude está desse jeito (perdida em mundo egocêntrico).
Militante – o nosso grande desafio é estar no meio deles e ser essa pastoral de dentro para fora da igreja. Percebo que essa profecia é de cada um de nós, de forma particular, vejo as diferentes formas de profecias e resistência.
Militante - quando falamos que essa profecia é formar um novo homem e uma nova mulher tem que ser de dentro para fora, pois é necessário ser para fora, o nosso jeito de ser PJMP dentro da igreja incomoda, ainda encontramos muita resistência ao mostramos o nosso jeito de ser e fazer igreja, porém a gente encontra essa resistência porque somos jovens da periferia e dos lugares marginalizados.
Reginha:
A profecia é regida por três palavras:
- Anuncio;
- Testemunho;
- Denúncia.
Para que a profecia fosse verdadeira os jovens precisavam está com o povo e ser povo, mas os jovens do meio popular mudaram. Como a gente também percebe isso? Para viver a profecia e ser profeta hoje precisamos ouvir os jovens. Na nossa cabeça profetizar é levar os jovens para igreja, tirar a juventude do mundo, mas não vamos dialogar com os jovens sobre a sua realidade. Eu aprendi que o jovem da PJMP vai até os outros jovens e dialoga com eles.
A campanha da juventude contra a violência pegou mesmo? Quem mais luta contra a maioridade penal? Os protestantes são as pessoas que mais lutam contra ela. Que profecia é essa que a gente está tendo hoje? Se formos analisar tem setores da igreja que nem conhece essa campanha, se a gente for olhar para realidade hoje, iremos perceber que a profecia ainda é difícil no meio da juventude. A igreja não trabalha a dimensão da juventude em vários ângulos, ela nos usa como mão de obra, mas é preciso falar para essa igreja a nossa importância nela, é necessário voltar para o nosso projeto pastoral, nós estamos perdendo isso, o nosso jeito de ser igreja está diminuindo, porém, nossa experiência de ser igreja popular não morreu. O grande desafio e nos articularmos para podermos construir a nossa igreja popular e o nosso jeito de ser igreja.
O que me encantou na PJMP foi o seu jeito de acolher, a construção da amizade e carinho entre nós, o nosso jeito de lutar, em especial as lutas cotidianas, a PJMP encoraja os jovens a se engajarem nos espaços coletivos e viver em comunidade, esse é o nosso anúncio.
O nosso desafio hoje é viver em comunidade. Precisamos retomar esse vínculo com a realidade, é também está falando e nos relacionando com os outros jovens. É necessário se sentir partes dos jovens. Muitas vezes a gente acaba tendo um discurso moralista com a juventude, nós não dialogamos com essa juventude tão diversa, precisamos assumir esse debate sobre a diversidade da juventude, em especial sobre a orientação sexual, preconceito, descriminação, violência, dentre outras mazelas que atinge a nossa juventude atual. Seguir a jesus é também dizer não a esse modelo de sociedade e de igreja que está aí.
Temos várias expressões religiosas no nosso país e é necessário respeitar a de cada um, até porque Jesus nunca teve uma religião, ele morreu porque assumiu o projeto do pai (DEUS). Sem a cruz não há libertação. Nossas palavras de anunciar a profecia hoje é ter esses elementos, sem eles não há profecia. A grande provocação para nós é tentar desconstruir o que a catequese nos diz. É necessário rever nossa forma de catequizar, temos que escutar o jovem. A gente consegue ver a vida sem esse modelo capitalista hoje? É possível construir outro modelo de vida?
Intervenção dos militantes:
Militante - o caminho já existe, basta seguir.
Militante - aos passos lentos o contexto de trabalho vai mudando, há algum tempo atrás as pessoas iam em busca de trabalho para ser gente, hoje a realidade é outra, o sentido da palavra trabalho foi mudando, como viver nessa realidade? Até as profissões de elite está mudando sua realidade e seu público de trabalho também.
Militante - a nossa luta da esquerda é para que os jovens tenham acesso ao que é seu de direito, mas precisamos mobiliza-lo para que os seus direitos sejam efetivados e garantidos.
Militante – A nossa luta e para que os jovens cheguem as universidades. Mas os jovens que vão para universidade acabam saindo do nosso meio. Produtividade, a gente só vale até quanto produzem. Rede de solidariedade, como criar essas redes. Perdemos o sentido da vida em comunidade. Temos que voltar a discutir sobre as redes de solidariedade?
Reginha - Paulo Freire nos provoca a dá sentido as coisas, mas na academia ele não é reconhecido. O bem viver está na constituição federal, mas no Brasil não é reconhecida. O bem viver vem retomar as questões que regem a vida, ele está pautado no respeito, no diálogo, no cuidado para com o outro e para com o meio em que vivemos como um todo.
Como pautar o conhecimento para além dos muros das universidades? São várias as reflexões que precisamos fazer. Nossa sociedade está pautada no roteiro do preconceito e da discriminação. Como usar a tecnologia a nosso favor? É preciso repensar uma nova forma de viver, alguns países como o Equador, nos mostra que é possível o bem viver.
A provocação para nós também do bem viver é o princípio da ancestralidade, temos que reconhecer e viver isso, é necessário ouvir a nossa comunidade. O princípio do bem viver está na ancestralidade, o respeito e na doação ao outro. O bem viver é um modelo político de afirmação dos povos, é um projeto coletivo de autonomia e felicidade. Qual o projeto coletivo da PJMP?
O jovem precisa ir além das redes sociais, ir atrás de outros jovens, criar o seu projeto coletivo do bem viver. Qual o sentido da vida? É o dinheiro? É o econômico? Outra coisa é a história dos sonhos, mas nós não podemos sonhar por sonhar, mas ir atrás da realização deles, outra coisa é do sentir (tocar).
Outra história é a de andar contra a corrente e mesmo assim se arriscar, devemos arriscar? Como agente reinventa o diálogo com a juventude do meio popular? A evangelização do jovem popular acontece a partir da mediação com o outro. Como criar essa mediação com os outros jovens?
Trabalho em grupo:
Os militantes foram divididos em 5 grupos e cada grupo recebeu um texto
Cada grupo terá de ler o texto e refletir a partir das seguintes perguntas:
1- Quais os destaques do texto.
2- Quais os desafios que o texto aponta.
3- Que compromissos eu assumo enquanto militante?
Grupo 1- texto: Não tivemos projeto que não fosse a adaptação do capitalismo (François Houtart)
Foi feita uma reflexão sobre o modelo política que temos hoje, que ao votarmos nos políticos de esquerda (não somente ele) nós não cobramos dos nossos políticos pós-eleição. Quem são de fato os políticos de esquerda que segue o nosso projeto político? Quem de fato dá conta dos nossos anseios? É preciso voltar para base e formá-la.
Grupo 2 - texto: Golpe no Brasil revela revanchismo das elites (Boaventura de Souza Santos)
- O revanchismo da direita, toma decisão de eliminar tudo que foi alcançado a partir de discurso insustentável, e que é necessário cortar por razões da crise.
- São as pessoas da rua, na luta, são eles que estão realmente inovados por meio da ecologia do saber.
- É necessária uma reforma política, reivindicada pelos movimentos sociais e organizações sociais.
- O governo apoia ainda mais o agronegócio a fronteira agrícola, fronteira mineral, que contribui para a expulsão das populações, contaminação da água e a crise ambiental.
Desafios:
- Vencer a polarização, sem criar um discurso de ódio;
- Ocupar os espaços;
- Conscientizar as pessoas em suas bandeiras de luta;
Compromisso:
- O trabalho de base.
A esquerda é como fosse culpada de tudo que está acontecendo no Brasil
Toda forma de conhecimento é um meio de transformação da sociedade, o texto fala sobre a ecologia do saber, que todo saber é valido é deve ser utilizado como instrumento de transformação e construção de um plano bem maior.
É necessário ocupar os espaços e levar para a base a ecologia do saber
Grupo 3 - texto: Pastoral Social- Dimensão Socioestrutural da caridade cristã (Francisco de Aquino Júnior)
A caridade não é assistencialismo, ela precisa ser transformadora, fazer autocritica, conhecimento, fazer entender o valor de cada um e cada uma, fazer a modificação de suas próprias ações, mudar a realidade daquelas pessoas através de elas entenderem que pode ir muito mais além e deixar de ser assistencializadora.
Desafio: fazer as pessoas entenderem o papel da caridade
Grupo 4 – Texto: Tecendo redes de enfrentamento à criminalização e o genocídio da juventude (não tinha o nome do autor)
- Esperança e desesperança;
- Alienação, preconceito, medo (jovens);
- Distanciamento da juventude da igreja, devido a rejeição da igreja;
- Apesar da diversidade dos jovens a igreja deve acolhê-los.
Vários fatores levam ao extermínio da juventude.
- Papel da média nesse processo de reduzir a juventude.
Desafios:
- Como debatemos a homossexualidade;
- Limite dos nossos preconceitos;
- Quais as nossas ações diante do preconceito;
- Homofobia, lesbifobia.
Compromisso:
- Discutir temas polêmicos dentre dos grupos de jovens. Não achamos que a desigualdade social é algo normal, não se deixar alienar pelo sistema.
- Sermos rigorosos na nossa ética de militância. Quando se dá esse sim, para esse projeto perdemos a liberdade, o emprego, a “vida”. Mas moral e a verdadeira vida encarnada a partir da ação/denuncia.
- Alimentarmos das tradições de esquerda. É preciso conhecer a história da esquerda, da nossa militância é um desafio para nossas bases ter sua curiosidade em conhecer a história de seus líderes, compreender o real sentido da luta.
- Fazer preferência pelos pobres a exemplo de cristo porque antes de tudo são humanos e estar errando com eles quer acertar com os ricos.
- Defender sempre os oprimidos. Enquanto militantes da PJMP devemos sempre seguir os valores que o cristo nos deixou em fazer a opção pelos pequeninos pelos pobres, se colocar no lugar do próximo, se doar a uma causa.
- Ampliar o nosso olhar sobre o que está matando a nossa juventude, analisar todas as situações que está causando a morta da juventude.
Grupo 5- texto: dez conselhos para os militantes da esquerda (Frei Betto- Agenda Latina Americana 2002)
Compromisso:
- Manter viva a minha indignação. Não achamos que a desigualdade social é.
Intervenção dos Militantes:
Militante - até quando iremos ficar somente na caridade? Como a justiça está no meio das mazelas? A caridade não pode vim antes da justiça. A justiça já é a caridade.
Reginha - A base cristã é defender a vida, a nossa fé implica em uma ação estrutural. Nossa caridade tem que ser cristã.
Militante - Nós vamos até os pobres? Falamos sempre a seguinte frase: A PJMP não faz opção pelos pobres, pois seus jovens são os próprios pobres.
Reginha - lembrar que esses pobres são sujeitos de direitos, é preciso se reconhecer como pobre.
Militante - Nossa grande evolução foi se perceber como sujeito de libertação e de direitos.
Reginha - tem que ter cuidado com os grupos que se diz de esquerda. O golpe começou a acontecer entre nós, é necessário se fazer uma autocritica. Nós temos que rever o nosso modelo de esquerda, a esquerda não morreu, mas devemos recantar esse modelo de esquerda, precisamos mobilizar e nos mexermos. É preciso retomar nas nossas bases a discussão sobre que projeto de sociedade a juventude quer para o país? Que quer para o mundo? O PT precisa se reinventar, pois algumas pessoas desse partido tem um discurso neoliberal.
Outra coisa que devemos nos atentar é para nossa espiritualidade. Como devemos dialogar com as outras doutrinas religiosas? O grande desafio para nós é fazer esse diálogo com as outras doutrinas religiosas.
Temos que parar de usar o temo “que a igreja” e sim falar que nós igreja, pois somos todas igrejas e fazemos parte dela, ela não é feita somente para o clero e sim para todos que dela fazem parte. Mas precisamos diferenciar o nosso modelo de igreja.
Tarde
Assessoria: Ulisses- CNA
Temática: Encantamento e REencantamento da profecia do meio popular
Participou desse momento todos os assessores que estavam presentes no Encontro Nacional de Assessores e os militantes.
No primeiro momento o Ulisses convidou todos e todas para ficarem de pé e pediu para que cada um e cada uma pensasse/refletisse sobre as seguintes perguntas:
- O que eu sinto saudades?
- O que você gostaria de rever? De reconectar?
- O que é que toca a sua lama?
- O que é que sinto o sabor?
- O que é que quero voltar ao coração?
- O gostinho de quero mais?
- Momentos vividos e eternizados?
Logo após, pediu para que todos cantassem o seguinte refrão: Indo e vindo, trevas e luz, tudo é graça: Deus nos conduz! Enquanto uma vela passava por nós Ulisses solicitou que estendêssemos nossas mãos ao centro e depositássemos nossas saudades em direção da luz, depois pediu para que um homem e uma mulher abrissem dois sacos pretos e simbolicamente tentassem cobrir a luz do projeto de Deus, enquanto proferia as seguintes perguntas:
- O que tenta ofuscar a luz do projeto de Deus?
- Nós estamos em momentos sombrios de eclipse?
- O que tenta encobrir a luz de Deus? (Refletir pensando no individual e no coletivo)
Respostas dos Militantes e assessores:
- Falta de amor;
- Não acreditar que amanhã poderá ser melhor;
- Mentira;
- A crise de valores;
- A descrença no outro;
- A corrupção;
- O desenvolvimento;
- A opressão;
- A impotência;
- A desigualdade social;
- Violência;
- Desemprego;
- O esvaziamento dos conteúdos culturais;
- Os preconceitos.
Razões que nos fazem ter esperança:
- Viver o reino de Deus;
- “ sumak Kawsay”;
- Profecia;
- Novo paradigma
Vídeo - disponível em: https://youtu.be/h4yK2ugTvWQ
Projeto que contempla a dignidade:
- Dos pobres
- Dos outros
- Da terra
- Da vida
A beleza do encantamento está no cuidar do outro, na preocupação com a diversidade e sensibilidade com toda criação. O momento profético tinha um contexto temperol (contempla o passado, presente e futuro). Os profetas não foram marionetes nas mãos de Deus.
Para atuação profética existe tem caminhos:
- Justiça
- Solidariedade
- Mística
“Os profetas são pessoas que expressam a exigência da justiça de Deus- Inauguram a justiça social do Reino” (J. Comblin)
A justiça social do reino garante que eu como filho de Deus serei garantido nas minhas necessidades.
A gente enquanto PJMP temos muito o que estudar sobre O Bem Viver.
Indicação de livros:
- O Bem Viver- Alberto Acosta, ANO
- Viver Bem- A Vida em Plenitude- Organização Antônio Canuto (Curso de Verão 2012)
Ulisses fez o encerramento desse momento com uma mística e presentou o secretário nacional da PJMP com uma caneca.
Logo após esse momento tivemos as oficinas de Dança circular, Filtro do sonhos e teatro.
SÁBADO - 08/07/2017
Manhã
Coordenação do dia: Dandara e Everlon
Conversa com Aurislane- CN
Ela começou falando sobre a nossa história, é o quanto precisamos refletir nossa caminhada durante os nossos 40 anos de vida.
Aurislane- Essa igreja do pobre se inicia no brasil e se expande pelo mundo, a grande revolução começa aí. Enquanto igreja quem lembra o que aconteceu em 1958?
No Brasil na década de 50 o povo começa a fazer o processo de reflexão sobre o modelo de teologia que a igreja tem e a partir disso começa as primeiras práticas libertadora da igreja (padres, bispos, leigos), para que povo seja sujeito e protagonista da sua libertação.
Essa Teologia da Libertação surge do povo para o povo. As comunidades eclesiais de base surgem a partir de Medelín. A Juventude Universitária Católica inicia o processo de leitura da fé cristã do ponto de vista marxista, essa organização estudantil foi fundamental para o aprofundamento desse contexto histórico.
A Teologia da Libertação é uma leitura daquelas práticas que o povo começa a dá da sua fé cristã. Como está hoje a conjuntura do nosso país? Pois a conjuntura foi fundamental para o nosso modelo de luta e aprofundamento da Teologia da Libertação.
Perguntas:
- Como a gente tem percebido as CEB’s?
- Como a gente tem percebido a nossa postura dentro da igreja?
- Como a gente tem visto esse processo?
- Como a gente tem percebido esses avanços e retrocessos do modelo de igreja que a gente acredita?
Diversidade sexual:
Essa discussão sobre a orientação sexual vem muito à tona devido ao grande número de mortalidade e violência contra essa população. Tenho sentido que a gente ainda não tem propondo o debate sobre a causa LGBT.
Precisamos refletir:
- Sobre a diversidade sexual;
- Questão de gênero (papel da mulher);
- Extermínio da juventude.
- Como que tem sido essa nossa ousadia de ser jovem da PJMP?
A gente surge mexendo com as estruturas da igreja e da sociedade. A gente vem para reafirmar nossa preferência pelos empobrecidos.
Assessoria: Divaneide
Essa roda de conversa é uma reconstrução histórica da nossa história. Fez memoria a mística inicial de abertura do seminário.
- Onde está nossa bandeira e nossa ação?
- Onde elas se encontram?
A gente é desafiado a ir além, nós enquanto PJMP temos que ir além. Nós trilhamos novos caminhos por causa da nossa resistência e isso faz a gente seguir em frente e nos aponta caminhos para ir além.
Como assim alguém da PJMP vem com certas piadas? Isso acontece porque não chegamos prontos nos espaços de igreja e militância, é necessário produzir solidariedade. E a nossa pauta enquanto juventude? Nós primeiro lutamos para sermos reconhecidos como sujeito de direito. Somos da joc, jec, juc... e essa sementinha nos ajudou a sermos sujeitos de luta. A juventude conseguiu trazer o debate para redemocratização, mas não conseguimos debater o nosso lutar na sociedade.
A PJMP nasce para garantir as políticas de juventude, nasce também a custo de nossa identidade. A igreja deve fazer a preferência pelos pobres, mas não temos essa preferência, pois somos nos esses pobres. É a PJMP uma das principais responsáveis por enfatizar as questões de juventude no país. Hoje estamos com o duplo papel atualmente: o de defender (como antigamente) e garantir (atualmente) nossos direitos. O debate das drogas está associado à classe social e da desigualdade social. O nosso desafio enquanto jovem é múltiplo.
Reflexão:
Devemos pensar a partir de Paulo Freire. O nosso trabalho é de educação popular. A gente formou a base do cidadão consciente. A gente contribui para o desenvolvimento da consciência de cada um, pois ninguém forma a consciência do outro.
Perspectiva do silêncio, é preciso que a gente dê voz a nós mesmos. Paulo Freire nos fala sobre libertação, ele nos abre o caminho para essa tão libertação e nos mostra que é preciso sai do silêncio e d´voz a ele. E preciso que a gente saia dessa visão mais singular (de jovens) e tenha uma visão mais global.
Na luz não falamos sobre algo tão importante, é importante falamos sobre as pastorartes. É preciso que a gente pense caminhos para da voz a juventude e fortalecer a nossa resistência, para que a gente possa entender isso como um processo continuado. Esse momento atual se torna um divisor de águas para nós da PJMP, pois entender como esse processo está nos atingindo enquanto juventude, movimento popular. A gente nasceu falando sobre redemocratização, lutando pelas diretas já, pela constituição, lutando pelos nossos direitos.
Hoje lutamos para garantir nossos espaços e lutamos pelos espaços que não eram nossos e que não garantia nossos direitos. Estamos lutando para não te retrocesso nas nossas lutas. A gente (PJMP) nasceu porque sabíamos que não tínhamos democracia plena. A gente nasceu porque precisava encontrar nosso lugar de identidade. A pauta de luta não está redonda, o nosso protagonismo é estar nas ruas lutando pelo que é nosso de fato. Quando a gente conquista o nosso direito, temos que ficar alerta para não perdê-lo. A gente tem que ser resistente, não é da noite para o dia que conquistamos o nosso direito, isso acontece através de muita luta. A gente tem que perceber que temos duas pautas/ luta, pauta geral e pauta especifica.
Intervenção dos Militantes:
Militante - A gente conhece a história da PJMP? Como é que a PJMP trabalha a questão das drogas e violência nas periferias?
Militante – A modificação do ensino na atualidade é um retrocesso para a sociedade, e nós não discutimos, está sendo imposto e nós não estamos nos preocupando, nem indo para as ruas falar sobre essa pauta.
Divaneide- o fato delas não terem o acesso a uma educação de qualidade reforça a marginalização e isso nos leva ao crescimento da pobreza. Tratamos a violência como algo superficial.
Militante – É necessário trabalho de base, a gente se organiza como um funil e não como uma base. Quem nos sustenta é a base. Exemplo: o material do DNO foi lançado 3 dias antes do dia comemorativo. Falta de material atual da PJMP. Os materiais que temos hoje não atende mais os anseios da sociedade atual. Nossas bases acabam usando material de outras pastorais como da PJ.
Militante - Na fala da diva sobre educação popular nós não discutimos a reforma do ensino médio que se falava dos jovens na universidade, pois a PJMP levantava esta bandeiro e hoje temos um ensino que leva o jovem ao conformismo.
Militante - É importante salientar a contribuição da PJMP em Fortaleza para fortalecimento de um mandato popular e estamos perdendo todo esse trabalho que foi conquistado ao longo da caminhada.
Militante – Acho que material temos e muito o que se precisa é rever a metodologia
Divaneide
Diante do exposto fomos levamos a avaliarmos nossa ação atual enquanto PJMP. O que o nosso material pode ajudar mais? O que a nossa parceria com as outras pastorais pode nos ajudar? Como fazer o debate nas periferias? Como agente faz isso? Esse é o nosso papel como juventude
Militante- o que é base hoje? O que é base A base da década de oitenta é diferente d ade hoje, a tecnologia afastou a juventude. “Na periferia não existe espaço vazio, sempre será ocupado por alguma coisa. Em Recife na década de oitenta tinha 81 grupos de jovens. Como a gente pode trabalhar a base de hoje? Será que o nosso trabalho é eficaz? Nosso discurso é progressista. Como é nossa pratica hoje?
MOMENTO DE COCHICHO EM GRUPO:
Grupo 1:
Pontos marcantes nesses 40 anos da PJMP:
- Simbologia;
- Encantamento;
- Sedução;
- Resistência.
Desafios:
- Organização política;
- Olhar o hino da PJMP e vivenciá-lo;
- Focar na base;
- Articular teoria e prática;
- Formação para lideranças (cursos);
- Encantamento.
Intervenção dos militantes:
Militante - Valorização da cultura que não se vê mais, existia e foi se perdendo ao longo do tempo.
Militante - Formamos a galera para atuar fora da pastoral
Militante - O mais importante é vivenciar a base. A PJMP tem que sair da antiguidade e se inseri no modelo atual
Militante - os símbolos são fortes na nossa caminhada pastoral. São importantes o encantamento e a sedução que PJMP tem, mas hoje ela não seduz como antes, será que hoje estamos conseguindo seduzir os nossos jovens? Temos uma juventude que muda a todo momento. Outro ponto forte é resistência. É necessário voltar o nosso olhar para o nosso hino e vivencia-lo. Olhar nossas lutas. Temos que refletir a questão política. Nosso discurso está chegando onde? Quem de fato está levantando a nossa bandeira? A gente acha que a culpa está somente no sistema, mas tem outros fatores que contribui para parra o que estamos vivenciando hoje, como: drogas, violência, dentre outros fatores.
Grupo 2:
Ponto forte:
- Resistencia e conseguimos manter firme em nossas bases, mesmo não sendo em grande quantidade, mas que esse grupo pequeno faça a diferença nas nossas lutas;
- Enfretamento da violência contra a juventude;
- O secretario nacional está resgatando e aproximando os laços com a CNBB.
Desafio:
- Ter material produzido pelos universitários sobre a história da PJMP, trazendo em seu arcabouço o modelo de igreja que acreditamos e seguimos; (creio que seja um indicativo para produção)
- Carência por parte das coordenações nacionais, pois eles participam das reuniões e não levam para base;
- Formar jovens para enfrentar os problemas do mundo em tempo hábil, pois a juventude é passageira e os jovens em sua maioria precisam sair de suas casas e cidades em busca da realização dos seus sonhos.
Sugestão:
- A PJMP precisa resgatar a nossa bandeira de luta contra a violência e extermínio de jovens.
Grupo 3:
- Campanha Nacional contra o extermínio de jovens;
- Formação de lideranças juvenis;
- Produção de materiais;
- Escutar as necessidades da base.
Grupo 4:
Desafio:
- Discussão de políticas para juventude;
- Realização de romarias, Pastoral, etc;
- Promover subsídios coletivos (tecnologias);
- Formação de coordenadores de base.
Grupo 5:
- Colaboração dos (as) assessores (as) diocesanas/regionais para produção de subsídios, podendo, inclusive, ser mais fiel as realidades locais;
- Articulação de espaços construídos pelas mulheres da pastoral para deliberar encaminhamentos sobre as questões de gênero dentro da PJMP;
- Posicionamento político da PJMP em relação as eleições de 2018;
- As romarias costumavam serem atividades que que marcaram a caminhada dos 40 anos da PJMP, sendo uma forma de encantamento e vivência dos membros da pastoral;
- A realidade quase generalizada com os setores de juventude nas dioceses;
- Proporcionar e fortalecer os espaços de debate sobre questões de gênero, diversidade e questões juvenis
Intervenção dos militantes.
Militante - é preciso garantir o direito das mulheres.
Militante - Precisamos fazer o primeiro encontro das mulheres da PJMP.
Militante - Como aproveitar a riqueza dessas pessoas que sofrem algum tipo de descriminação? Será que a gente acolhe eles de fato? Não precisa esperar da Nacional os materiais para as coisas acontecerem, as próprias bases podem construir. Mas achamos necessária a produção de materiais vindo da Nacional.
Militante - Uma das características das PJMP é a formação, com toda essa tecnologia como devemos atuar para que os jovens se sintam seduzidos e tenham sede de ir para os nossos encontros? Perceber outros grupos juvenis fora da igreja e dialogar com eles, partilhando a metodologia e didática com ele. É hora de repensar outras metodologias diferentes e partilhar essas experiências com outros grupos fora e dentro da igreja.
Grupo 6:
- Diversidade
Acolhimento da PJMP a essa diversidade.
- Material
Não esperar pela coordenação.
A importância de se ter subsídios para orientar os grupos, principalmente os grupos iniciantes.
- Drogas
Por que não agimos? Como agir?
(ela não é mantida apenas por pobres)
- Debater os direitos das mulheres
- Ações sociais:
Reformular a nossa metodologia;
Atualização dos nossos materiais.
Intervenção dos militantes:
Aurislane - alguns grupos têm se organizado enquanto grupos de teatros, eles têm cativado muito jovens. Devemos pensar uma formação que complete essa diversidade da juventude, devemos ver a metodologia e didática nas nossas formações. Como utilizar as diversas expressões artísticas como formação?
Assessor: é preciso entender que grupos de jovens é passagem e muitas vezes a PJMP também é passagem, é preciso formar apara que outros deem continuidade.
Divaneide - Qual é a nossa história de protagonismo? Os grupos trouxeram como ponto forte:
- O Debate de politização;
- Olhar vigilante;
- A importância da simbologia;
- Escutar as bases
- Pistas para nossas ações;
- Materiais adequados para os anseios da juventude atual
- Curso de lideranças juvenis/ formação.
- Importância da simbologia;
- Fortalecer a base/ trabalhar politicamente;
- Posicionamento político;
- Encontro de mulheres da PJMP;
- Acolhimento das pautas de forma adequada.
Acolhimento com as nossas pautas significa acolher como ampliação do nosso trabalho, da nossa luta e como se posicionar diante de algumas coisas que estão ao nosso redor.
O encontro das mulheres poderá sinalizar diversas pautas. Com esse encontro teremos a efetivação de nossas e de outras pautas. Nossa pauta tem que ser vivenciada e vivida por todos da PJMP.
Aurislane - precisamos parar para refletir, para pensar o que queremos a partir de agora? Como será depois dos 40? O que esperamos? Poema lido (pegar)
Militante: se a gente não levar para frente a nossa história, ela irá morrer.
Logos a após a fala dos militantes Divaneide agradeceu o convite e fomos para o almoço.
Tarde
Eixos temáticos:
OBSERVAÇÃO: FALTA COLOCAR o que foi discutido nos eixos.
DOMINGO - 09/07/2017
Tivemos um momento de partilha e socialização entre o que foi estudando, debatido e refletido no Seminário Nacional de Militantes e Assessores. Logo após foi proposta uma avaliação sobre os mesmos, coordenada por Ulisses- CNA e Everlon –CN.
A avaliação foi feita em grupos e teve como eixo norteador as seguintes perguntas:
1- O que eu levo de missão e aprendizado para a minha vida do que foi vivenciando durante esses dias?
Respostas dos Militantes e Assessores:
- Novas experiências;
- Momentos de vivência da nossa mística;
- Partilha;
- Amizades;
- Fortalecimento da nossa caminhada;
- Nova militância;
- reencantamento com a luta e com a PJMP;
- Aprendizado;
- A profecia do bem viver;
- O compromisso com as bases.
2- O que eu espero para o próximo Seminário?
Respostas dos Militantes e Assessores:
- Mais animação;
- Mais compromisso no comprimento dos horários;
- Vivenciar o que foi discutido nas dioceses e paróquias;
- Mais jovens.
Segue abaixo o relato de dois militantes da PJMP sobre sua experiência no Semanário Nacional de Militantes.
Militante Priscila - Vivemos e aprendemos o que é a profecia do bem viver. Algo marcante durante esse seminário foi discutir o papel da mulher nos espaços políticos onde estamos inseridas? Qual papel da mulher dentro da Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP)? como podemos enfrentar os rótulos que nos é dados?
Militante Pequeno – Como é bom encantar-se pela PJMP e partilhar ideias. A PJMP é isso! É o reencantamento, é seduzir-se, seduzir o jovem, mas para isso aconteça devemos pensar novas metodologias para essa nova juventude que está aí. Logo após a fala desses militantes o assessor Sérgio Rogério do Nordeste II, leu uma carta elaborada pelos assessores. (Segue em anexo a carta).
A carta nos emocionou muito, ela trás e seu arcabouço os vários anseios e desafios da nossa Pastoral, reflete a nossa missão no meio popular e nossas preocupações com o futuro da nossa juventude brasileira, mas também traz nossos sonhos, desejos de mudança e esperança de um Brasil melhor, de uma igreja fraterna, igreja povo e mãe.
A carta nos motiva a luta, convidar e mobilizar os jovens a irem para as terras vermelhas do Goiás, comemorar nossos 40 anos de profecia, luta, festa no Meio Popular, para que juntos ecoamos em um grande grito o nosso ileaô no VI Congresso Nacional da PJMP, que traz como tema: Águas e profecias no Meio Popular, Luz Gerando a Vida.
O nosso seminário foi encerrado com uma missa em ação de graça pelos 39 anos de existência da PJMP no meio da juventude empobrecida (militantes e assessores) participante do mesmo. Em comunhão com toda igreja do cristo libertador cantamos o Pai Nosso dos Mártires, dançamos nosso ileaô, rezamos pelos nossos irmãos e companheiros de Goiás que irão nos receber no VI Congresso Nacional em 2019 e recebemos a benção dos nossos padres assessores: Padre Murilo, Padre Tadeu e Padre Antônio Gomes.
Amém, axé, awerê, aleluia, ileaô, oxente, uai!
Olorum kolofé axe!!