Verônica
no calvário de todos nós (um salmo popular)
Oh vós que andais pelo caminho
Ver se há dor tão grande quanto a minha!
Javé, Deus e Senhor nosso
Assim como Verônica enxugou o rosto de Cristo
Quero enxugar o sangue latino e sofrido
No rosto dos pobres desta terra
Quero neste canto doloroso lembrar
Os mártires da terra
Os mártires da luta por dignidade
Os mártires da juventude
Oh vós que andais pelo caminho
Ver se há dor tão grande quanto a minha
Muitos homens e mulheres
Fizeram deste canto a sua história de vida
Quero , Javé, lembrar
Dom Hélder, o profeta
Dom Oscar Romero
Ir Doroty
Chico Mendes
Margarida Alves
Pe Gisley
E tantos outras e outros
Que morreram pelo Evangelho
Oh vós que andais pelo caminho
Ver se há dor tão grande quanto a minha!
Vós que andais pelo caminho
Vede os jovens se drogando e prostituindo
Vede os jovens e as jovens que sobem o calvário
Vede aqueles que morrem nas cruzes que a sociedade criou
Vede os nossos olhos juvenis cheios de lagrimas e sonhos quebrados
Oh vós que andais pelo caminho
Ver se há dor tão grande quanto a minha
Vós que andais pelo caminho
Compartilhe a minha dor
Vós que andais pelo caminho
Compartilhe da minha dor
A juventude é o Cristo Jovem
O rosto ensangüentado
O rosto empobrecido
O rosto socialmente escondido
Pelo desejo banal do poder e do prazer
Javé, quero ter a coragem de Verônica
Quero enxugar o rosto de Cristo
E mostrar o meu clamor
Oh vós que andais pelo caminho
Ver se há dor tão grande quanto a minha
Oh vós que estais nas casas vendo tv e internet
Veja a dor da nossa juventude
Oh vós que estais nas escolas, nos campos, nas fabricas, nas construções
Ver se é justo que tão jovem a nossa vida
seja ensangüentada.
Oh vós que andais pelo caminho
Veja o Cristo, ele foi adorado no domingo de ramos das igrejas.
Enquanto seu rosto é desfigurado nas ruas.
Autor: Adalberto Soura – PJMP da diocese de Bom Jesus da Lapa, Bahia. Contato: [email protected]