Nascimento da PJMP

O Nascimento da PJMP Com impressão política advindo da ditadura militar, após o golpe de 64, os movimentos da Ação Católica Especializada se desarticularam. No caso da JOC, apesar de se ter realizado seu "enterro simbólico", os militantes remanescentes continuaram a fazer um trabalho de base com os jovens do meio popular em algumas cidades do Nordeste. Este trabalho visava suscitar uma vivência de fé, dentro e a partir da condição de classe do próprio jovem. Isto resultou no surgimento de muitos grupos de jovens do meio popular e começou-se uma articulação e organização. Em Julho de 1978, acontece o 1º Encontro de Animadores dos Jovens do Meio Popular do grande Recife. Este encontro tinha o objetivo de proporcionar entrosamento, visando o aprofundamento de pontos comuns que pudessem ajudar na caminhada. Dentre sins principais conclusões, o encontro apontou para: - Criação de um movimento que articule e dê unidade aos grupos; - aplicação de uma metodologia de acompanhamento visando um compromisso transformador do jovem com seu meio; - Preocupação com um conteúdo de evangelização que dê unidade entre a história da humanidade e a história da salvação." Este encontro tornou-se um marco importante no início de urna pastoral dos jovens do meio popular. A semente da PJMP havia sido lançada em Recife. A nível de Nordeste, os encontros inter-regionais de animadores de pastoral de juventude, desde seu 1 Encontro (jan./78 - João Pessoa), questionavam a existência da Pastoral da Juventude Genérica ou Geral, e se encaminhavam para a criação de uma Pastoral da Juventude que levasse em conta o meio especifico, o que se reafirma no II Encontro, em janeiro de 1979. É no III Encontro Inter-Regional de Animadores de Pastoral de Juventude do Nordeste, ocorrido em fevereiro de 1980, em Olinda, que se aprofunda especificamente a importância de se levar em consideração o meio social na organização da Pastoral da Juventude, isto é, organizar os grupos de jovens levando em conta os meios sociais. Dom Marcelo Carvalheira, na apresentação do relatório desse III Encontro, destaca: “Precisamos levar até às últimas conseqüências a distinção dos meios, para que passe de ama Pastoral da Juventude Genérica, vaga e indefinida, para uma Pastoral da Juventude Específico. de cada meio social, definida pelas características peculiares de cada meio e marcada pela ótica do oprimido." ORGANIZAÇÃO A NÍVEL NACIONAL Simultaneamente ao que acontecia em nível de Nordeste, noutros lugares do país, animadores que trabalhavam junto aos jovens populares, preocupados com o trabalho pastoral e impulsionados pela necessidade de trocar experiências, passaram a participar dos encontros inter-regionais da pastoral da juventude do Nordeste. Desses contatos surgiu urna tentativa de articulação em nível nacional. Em julho de 1979, acontece em Olinda- PE, o 1º Encontro Nacional de Animadores Jovens/Adultos do Meio popular. Este encontro é considerado como o 1º ENCONTRO NACIONAL DA PJMP. Neste encontro cogita-se a criação de um movimento nacional de jovens do meio popular, sem vínculo com a hierarquia da Igreja, porém, contando com seu apoio. Em julho de 1980, acontece, em São Paulo, o II ENCONTRO. A proposta de formação de um movimento não era consenso. Os que se colocavam contra, defendiam uma pastoral com uma linha e prática definidas a partir dos meios sociais. Afirmavam não ser necessária a criação de um movimento para garantir a formação da consciência de classe dos jovens do meio popular e seu engajamento nas lutas populares. O II Encontro opta, então, pelo caráter pastoral da organização. Em julho de 1982, em Juazeiro- BA, acontece o III ENCONTRO NACIONAL DA "PASTORAL DA JUVENTUDE DO MEIO POPULAR". Depois do encontro de Juazeiro, há uma desarticulação nacional. A PJMP só retoma a articulação nacional em 1984 por ocasião do V Encontro Nacional de PJ. Após este encontro aconteceu uma reunião com os regionais que continuavam vivenciando a experiência do trabalho com os jovens do meio popular. Esta reunião é o marco fundamental da retomada da articulação nacional e é considerada como o IV ENCONTRO NACIONAL DA PJMP. Em 1985, acontece o V ENCONTRO NACIONAL DA PJMP onde são dados alguns passos mais profundos. Estavam presentes os Regionais Extremo-Oeste, Leste II, Sul IV e Nordeste I,II e III. Foi um momento de por os pés no chão e ver qual a realidade concreta da PJMP a nível nacional: as dificuldades, os desafios, as diferentes formas de conceber a proposta e os passos a serem dados para a continuidade da articulação. As principais decisões deste Encontro foram as seguintes: * A formação de uma Comissão Nacional provisória da PJMP, escolhida na própria reunião. Esta comissão recebeu a função de encaminhar uma consulta aos Regionais e Pastorais afins sobre a realização de Encontro Nacional da PJMP, com o objetivo de articular as experiências que tinham uma proposta de Pastoral da Juventude da classe oprimida. * A escolha de um secretário, para ser o ponto de referência nas comunicações. * O encaminhamento de um subsidio com a história da PJMP, tarefa assumida pelo Nordeste. O VI ENCONTRO aconteceu no período de 11 a 18 de dezembro de 1987, em Brasília. O primeiro passo na preparação deste Encontro foi a retomada histórica da caminhada da PJMP nos regionais articulados nacionalmente. É uma história construída com muito sofrimento, carinho e, acima de tudo, com a certeza de estar contribuindo na libertação do homem todo e de todos os homens. Errando e acertando, repensando e avaliando a caminhada, a PJMP vai sendo construída por todos aqueles que acreditam e assumem um trabalho pastoral a partir do meio social. Os assuntos tratados no encontro foram: * Identidade da Pastoral da Juventude do Meio Popular; * Metodologia no processo de iniciação e militância; * Formação, organização e espiritualidade da PJMP. O VI ENCONTRO é considerado como ponto de chegada de uma caminhada de 10 anos de PJMP e como ponto de partida. É um marco referencial que ajuda a contestar e enriquecer a prática pastoral. A PJMP, unida às outras pastorais e aos movimentos que progridem na evangelização e libertação, quer participar na grande caminhada da Igreja Latino-americana, sendo "semente do novo na Luta do povo". Neste Encontro participou Ricardo Figueiredo, então assessor do Regional Leste II e da Coordenação da PJMP de Carapina-ES. Aconteceu de 09 a 13 de janeiro de 1990, em Salvador-BA, o VII ENCONTRO NACIONAL DA PJMP. O tema do encontro foi "a Eclesialidade e Militância da PJMP", tentando discutir os questionamentos e desafios que se apresentam durante a caminhada. Apesar de toda a problemática da relação do jovem com a estrutura hierárquica, o encontro foi marcante pela animação e pelo compromisso de buscar, junto com outras pastorais populares, a maneira de construir uma proposta de Igreja a partir de Jesus Cristo, comprometida na luta por uma sociedade alternativa. Representando a Arquidiocese de Vitória, esteve presente Givaldo V. Silva, assessor leigo da Coordenação de Carapina-ES.