A VIOLÊNCIA CONTRA OS MENORES

A VIOLÊNCIA CONTRA OS MENORES

Erivelton dos S. Pereira
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Quando se trata da violência, logo deve vim à nossa mente que é um problema da antiguidade. Pode-se dizer que é um fenômeno social, que vem ganhando mais destaque e maior visibilidade, sendo preocupante para quem está à frente dos órgãos públicos. Também inquieta algumas fontes de estudo nas áreas da Psicologia, Ciências Sociais, Saúde Pública e Assistência Social. Para que compreendamos o sentido dessa violência, é preciso ir mais adiante historicamente verificando as possíveis questões sociais, morais, econômicas, psicológicas de cada ser humano.

A violência contra os menores não passa por infligimento das normas, tampouco por violação, nem de regras e leis, mas é fruto da conversão, cuja diferença com relação à hierarquia se faz visível na desigualdade social, em que há fontes de dominação, exploração e opressão. Nada mais correto que ficar em silêncio. E quem fica assim? São aqueles que vivem em situação de vulnerabilidade social. Ela sempre se apresenta fazendo um elo entre o poder, uma vez que traz dominação de um lado, e do outro lado estão aqueles que são dominados.

Por esta razão, a violência contra os menores é uma quebra dos direitos de liberdade, que é um direito fundamental de todo ser humano que vive na sociedade. Nesse sentido a violência seria as várias formas de opressão, de maus-tratos e de agressão no plano físico e emocional.

Conforme análise de Michaud[1] (1989) sobre esse tema,

(...) há violência quando, numa situação de interação, um ou vários atores agem de maneira direta ou indireta, maciça ou esparsa, causando danos a uma ou várias pessoas em graus variáveis, seja em sua integridade física, seja em sua integridade moral, em suas posses, ou em suas participações simbólicas e culturais (p. 10).

Segundo o autor, a violência não vem de uma implicação interacional, tampouco relacional, rompendo o poder. A violência contra as crianças e adolescentes fazem parte de um sistema, cujos direitos são amparados pela noção de danos, lesões ou transtornos, e apresente uma relação de poder, em que a desigualdade se faz presente.  No Brasil, foi somente a partir da década de 1980 que esse tema veio ter sua aparição e caracterizou-se como um problema à saúde pública. Os profissionais da área da saúde não tenham capacitações, nem formações que ajudassem no reconhecimento de tais feitos contra os menores. Somente com o advento do Estatuto da Criança e do Adolescente, veio o reconhecimento sobre essa questão, e tudo ganhou um novo rumo.

A sociedade ainda se mobiliza a passos lentos, e o amadurecimento nessas questões sociais como a violência infanto-juvenil caminha a passos lentos, pois não há muitas resoluções que articulem o diálogo.  Através de uma ampla participação das pessoas será possível alcançarmos a meta de ter uma sociedade igual para todos. O ser humano deve ser respeitado, entendido, amado e acolhido. Crianças e adolescentes devem ser educados com base no amor, na acolhida e na compreensão de seus anseios e desejos.

 

 

[1] Michaud, Y. (1989). A violência. São Paulo: Ática.         [ Links ]

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