Nós, da Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP), Pastoral da Juventude Rural (PJR), Pastoral da Juventude Estudantil (PJE), da Pastoral da Juventude (PJ) e da Juventude Franciscana do Brasil (JUFRA), vimos, por meio desta nota, expressar nosso profundo pesar diante dos massacres ocorridos desde o início da semana nos presídios de Manaus e Roraima, bem como nossa irrestrita solidariedade às famílias dos mortos e dos demais homens e mulheres que permanecem reclusos (as) nas penitenciárias de todo o país.
Vimos, ainda, tornar público nosso repúdio diante das manifestações irresponsáveis, desumanas e de incentivo á morte proferidas em jornais e redes sociais por figuras públicas ou não.
Nós, enquanto grupos organizados de juventudes, que lutaram e lutam pela construção de políticas públicas para as juventudes no campo e na cidade, contra a morte social e o extermínio da juventude pobre e negra e em defesa de uma vida digna para toda e qualquer pessoa em solo brasileiro, independente de raça, credo e orientação sexual, não coadunamos com a condução do país por um governo iletígtimo, com retrocessos diários empurrados ao povo.
Outrossim, acompanhamos estarrecidas a declaração feita pelo antigo Secretário Nacional de Juventude, Bruno Júlio, defendendo e incentivando mais mortes nos presídios do país. Isto é inadmissível!
Tampouco devemos acreditar ou aceitar as justificativas apresentadas pelo governo federal, quanto a crise nos presídios, que culminou na morte de diversos jovens encarcerados. O governo de Roraima solicitou formalmente ajuda para controle da crise que, desde muito, se alastrava em seu sistema prisional, mas o governo ilegítimo optou por ignorar o clamor daquele estado, resultando na perda de muitas vidas.
É inegável a crise que se arrasta há anos no sistema prisional brasileiro. Entretanto, em paralelo, como resposta tem-se a redução gradativa de políticas preventivas e garantidoras de direitos e o aumento no número de presos e presas provisórias esperando anos até serem julgados (as) sem acesso à justiça.
A execução violenta de dezenas de pessoas que estão sob a responsabilidade do Estado não pode ser vista como natural e aplaudível. A fala do ex-secretário revela o quanto a sociedade está “doente” e a urgência de respostas dos povos que dão vida ao Brasil para barrar esta onda ultraconservadora e neoliberal que vem destruindo décadas de luta e avanços democráticos.
Nos preocupa, ainda, a incerteza sobre quem ocupará a Secretaria Nacional de Juventude e como se dará (ou não) a participação das juventudes em espaços como este, pensados e conquistados por e para as juventudes.
Seguimos em luta, sempre!
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